terça-feira, 24 de novembro de 2009

Limao com mel


Na primeira metade da década de 90, o Nordeste começou a produzir um novo estilo de forró que a crítica especializada passou a chamar de oxente-music. Tudo por conta do surgimento da banda cearense Mastruz com Leite que se tornou um fenômeno ao inovar a linguagem do forró, do xote e do baião - ritmos que foram consagrados por Luiz Gonzaga. Só que com o rei do baião, a base instrumental era formada por sanfona, a zabumba e triângulo. A novidade passou a ser os instrumentos eletrônicos, principalmente o sax que agregou uma mistura inusitada garantindo uma levada moderna e pop.
As letras das canções sempre traziam histórias românticas e, muitas vezes, evocava a alegria festiva do Nordeste. O que mais chamou a atenção do público no começo foram as horas consecutivas de forró sem intervalo a cada show. Aos poucos, a nova febre musical conquistou os estados do Norte e Nordeste e até do Sudeste. Nesse cenário, uma nova banda passou a agregar muita criatividade em sua forma também de fazer forró sem perde a essência dançante.
No ano de 1993, nascia em Salgueiro, Sertão de Pernambuco, a banda Limão com Mel. A recepção positiva do público foi imediata com a chegada do disco “Forró Limão com Mel”, que trazia sucessos como a música que deu título ao disco, além de Sonho Encantado, entre outras. A cada ano, novos discos, vários sucessos e o nascimento de fãs clubes espalhados por capitais e cidades do interior.
O passaporte do sucesso começou a ser carimbado em cada lugar em que a banda chegava na primeira década de carreira. Sob o comando do cantor e compositor Batista Lima, o currículo foi se ampliando com discos de ouro e de platina. Com a chegada do DVD ao mercado, não deu outra. Os músicos tiveram de mostrar seu talento no vídeo. A estréia de seus primeiros trabalhos foi em Recife, no Classic Hall, e depois em São Paulo, com a casa de show Olympia, superlotada para o registro do show ‘Um amor de Novela’.
Chitãozinho & Xororó



Não é exagero dizer que a história de Chitãozinho & Xororó se confunde com a da música sertaneja da atualidade. Afinal, são praticamente quarenta anos de total dedicação à vida artística. Sempre com os mesmos objetivos do início da carreira: produzir música com amor, qualidade e inovação, independentemente dos momentos altos e baixos dentro do gênero musical sertanejo e das constantes – e cada vez mais bruscas – mudanças no mercado fonográfico. Uma das grandes provas de que eles jamais mudaram o foco e, de fato, sempre idealizaram o ‘novo’ é o mais recente CD Se For Pra Ser Feliz, que reafirma a sólida trajetória da dupla. Apesar de já colecionarem uma quantidade significativa de hits ao longo da carreira, capaz de preencher mais uma coletânea repaginada e certeira, eles optaram por lançar, no final de 2009, o 31º álbum de inéditas, cuidadosamente produzido pela própria dupla em parceria com um time de medalhões da música nacional e a Mondo Entretenimento. Com mais este novo projeto na extensa biografia, os irmãos enfatizaram a maturidade artística ao cativo público e comprovaram, mais uma vez, porque são constantemente citados como ‘referências’ da nova geração da música conhecida como ‘sertanejo universitário’. Assim como foram para as gerações anteriores seus precursores e ídolos Tonico & Tinoco.Mas não foi da noite para o dia que José Lima Sobrinho e Durval de Lima transformaram-se em Chitãozinho & Xororó, nomes nacionalmente conhecidos e respeitados pelo grande público. Foram anos de muito trabalho e dedicação – incluindo inúmeras apresentações em circos e com investimentos do próprio bolso – para alcançarem o status de ícones da música sertaneja e, também, uma marca de sucesso. Persistência, garra e amor à música foram palavras de ordem para que eles acumulassem a marca de 35 milhões de discos vendidos, 31 álbuns inéditos, três DVDs, dois prêmios Grammy, centenas de discos de ouro, platina e diamante, programas de televisão, homenagem da X-9 Paulistana com samba-enredo contando sua história entre outros muitos feitos.Os irmãos de Astorga, no Paraná, foram os primeiros sertanejos a tocar em rádios FM no Brasil e a incluir banjos e guitarras elétricas neste estilo musical. Isso sem jamais perder a essência da música de raiz sertaneja. Também foram os primeiros deste estilo musical a colocar o país no topo das paradas da Billboard. Inclusive, o pioneirismo sempre foi uma característica bem marcante da dupla, acompanhada do espírito ousado e inovador. Ao longo de todos esses anos, mostraram que nunca houve o mínimo espaço para o preconceito. Dos cabelos mullet – mania nacional na década de 80 – às calças justas, botas e chapéu que marcaram uma geração, eles comprovaram que no quesito versatilidade eles sempre estiveram acima da média. Isso se estende até hoje, principalmente quando o assunto é música. Eles já tocaram com grandes nomes do cenário musical como Bee Gees, Roberto Carlos, Zé Ramalho, Ivete Sangalo, Simone, Lulu Santos, o rapper Cabal, a banda Fresno, Andreas Kisser, do Sepultura. A mais recente parceria aconteceu em novembro de 2009. Sob a regência do respeitado maestro João Carlos Martins, a Orquestra Bachiana Filarmônica e Chitãozinho & Xororó apresentaram um concerto inédito na história da Sala SP ao reunir os clássicos da música sertaneja ao erudito. Os irmãos, que curiosamente desembarcaram de trem cheios de sonhos no final da década de sessenta em frente à Sala São Paulo, jamais imaginariam que quatro décadas depois apresentariam-se na mais importante sala de concertos do país. Mesmo nos casos em que “inusitado” ou “impossível” pareciam, em um primeiro instante, ser os adjetivos mais apropriados, quase todas essas parcerias foram consideradas grandes sucessos.E por falar em sucesso... Eles começaram a colher os primeiros resultados em 1978 com 60 Dias Apaixonados ao conquistarem o primeiro disco de ouro da carreira. Dois anos depois, triplicaram as vendas com Amante Amada, 600 mil cópias, e levaram para casa disco duplo de platina. Mas foi com Fio de Cabelo, do álbum Somos Apaixonados, de 1982, que aconteceu, de fato, a grande explosão da dupla. A música estourou nas rádios do Brasil e o disco alcançou o número de 1,5 milhão de cópias vendidas, tornando-se um marco na carreira de Chitãozinho & Xororó e rompendo as barreiras do preconceito contra o gênero sertanejo. A partir daí, eles tiveram o privilégio de deixar mais dezenas de clássicos na história da música sertaneja como, por exemplo, Se Deus Me Ouvisse (1986), Fogão de Lenha (1987), No Rancho Fundo (1989), Evidências e Nuvem de Lágrima (com Fafá de Belém) (1990), Brincar de Ser Feliz (1992), Página de Amigos (1995), Alô (1999), Frio da Solidão (com Roupa Nova, 2001), Sinônimos com Zé Ramalho (2004), A Majestade o Sabiá, com Jair Rodrigues, Arrasta uma Cadeira, em 2005, uma composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos feita especialmente para cantarem com a dupla e, segundo os autores, levou catorze anos para ficar pronta; entre muitas outras. Mas a paixão pela música começou muitos anos antes de 82, ouvindo o pai, “seu Marinho”, cantando com “dona Araci”, mãe da dupla. O talento dos irmãos só foi percebido por seu pai no dia em que Rosária, uma das irmãs, rasgou o caderno onde ele anotava as músicas que compunha. Foi então que a pequena dupla apareceu para ajudar, pois sabiam todas as letras e cantavam todas as músicas com afinação. Xororó fazia a primeira voz, imitando a mãe, e Chitãozinho a segunda, como o pai. Festas juninas e clubes de Rondon, cidade do Paraná onde passaram a infância, eram palco para as apresentações. O primeiro lugar no show de calouros de Sílvio Santos veio com a música “Besta Ruana”, de Tonico & Tinoco, ainda como “Irmãos Lima”, nome artístico da dupla até o radialista Geraldo Meirelles rebatizá-la de Chitãozinho & Xororó, nome de um grande sucesso de Athos Campos e Serrinha, composto em 1947, que falava de aves brasileiras.Com este ‘novo’ nome, gravaram o primeiro disco, Galopeira, em 1970. Mas o caminho rumo ao sucesso foi longo. A dupla enfrentou momentos de muitas dificuldades e obstáculos. Desiludidos, pensaram em desistir da carreira, mas a música Tente Outra Vez, do ídolo Raul Seixas, soou como um apelo pessoal para que tentassem novamente. Persistiram e conseguiram. E para sorte de muitos, passados quase quarenta anos, eles continuam com a mesma persistência para que a música sertaneja seja cada dia mais popular e respeitada. Tanto é que já se programam para 2010 com comemorações e shows especiais para marcar o 40º aniversário de carreira. A ideia é continuar modernizando sua música, sem jamais perder a essência caipira

A Banda Calypso surgiu através de um encontro inusitado nos bastidores do movimento Brega Pop em Belém no final da década de 90. Joelma havia acabado de deixar a Banda Fazendo Arte, e Chimbinha era o arranjador mais requisitado dos cantores paraenses. A Banda Calypso desde de sua formação em 1999 vem se destacando no cenário artístico brasileiro, com músicas dançantes e românticas, apresenta um novo ritmo quente do Brasil (o Calypso do Pará), que assim como a lambada (ritmo também do Pará) surgida no início dos anos 90, promete ser uma febre entre os brasileiros de todas as idades e classes sociais.
A Banda Calypso nos apresenta um ritmo envolvente e contagiante, conhecido em Belém como brega pop ou Calypso. Não se sabe, ao certo, como definir o estilo musical da banda, mas como a própria música diz, é "a nova dança do estado do Pará", a própria Banda define como sendo o Calypso do Pará e essa denominação vem sendo aceita por outros Bandas que divulgam esse ritmo em Belém e no Brasil. Da periferia de Belém para o Brasil a Banda Calypso é a responsável por um novo ritmo que já tomou conta do Nordeste e, agora, se espalha pelo resto do país. Seu CD estaria "vendendo mais do que água" se não estivesse sendo pirateado pelos aficionados.
Muitos confundem o ritmo calypso com o forró, no entanto as semelhanças estão apenas no teor alucinante e caliente da dança, pois o calypso é um ritmo totalmente diferente de tudo que já se viu, na verdade é uma mistura de vários ritmos de raízes bem paraenses como cúmbia, merengue e carimbó, mostrando a influência e fidelidade da Banda Calypso a cultura do estado do Pará.
A Banda Calypso atualmente está entre as maiores bandas do Brasil, chegando em menos de 6 anos de existência a impressionante marca de mais de 3 milhões de copias vendidas, o que nos dias atuais é uma marca incontestável. Isso sem estar na grande mídia, como ocorrem com outros grupos musicais. O grande diferencial da Banda foi ter saído cedo de sua terra natal para divulgar o ritmo e de ter acreditado neste trabalho de qualidade que se iniciou pelo nordeste.
Joelma, cantora de voz doce, se tornou muito conhecida em Belém no início de sua carreira quando participava de festivais de música e atuava pela Banda Fazendo Arte. No palco Joelma é uma artista completa, canta, dança e interpreta canções, fazendo tudo isso durante todo o show. Joelma cresceu muito artisticamente, comparando o cd vol.1 com o vol. 4, já percebe-se uma grande diferença em sua voz, que a cada dia está mais perfeita e bonita.